Até que enfim...

“Demorou muito, mas finalmente consegui superar. Não choro mais e nem fico mais trancada dentro do quarto pensando nos nossos momentos. Essa fase acabou, ou pelo menos acho. Mas hoje um amigo de longa data pergunta-me:- Você ainda gosta dele? Dei um leve suspiro, e fiquei um bom tempo pensando na resposta dessa pergunta tão perturbadora. Fiquei paralisada e um rápido flash back passou pela minha cabeça. Tudo que vivemos juntos se repetiu vigorosamente em lembranças que jurei de pés juntos esquecer. Os nossos abraços, as nossas brigas, os nossos beijos e a sua partida. Relembrei momentos bons que deveria ter esquecido, mas não consegui e acabei falhando comigo mesma. Relembrei algo que adorávamos fazer, assistir filmes em casa. Era uma tarde de bagunças e chororós, ele fazendo bagunça com a pipoca jogando-a em mim, e eu feita uma manteiga derretida chorando por causa do filme de romance. Quero dizer, o nosso filme de romance, Crepúsculo. O enredo do filme era o nosso. Não, eu não era a humana Bella Swan e nem ele o misterioso vampiro Edward Cullen. Nós éramos realmente diferente um do outro. Tínhamos a classe social diferente, o estilo e os gostos. Eu gostava de coisas simples e já ele era extravagante. Eu gostava de ouvir uma música leve e já ele se esbanjava escutando um Heaven Metal. Eu gostava de beijos românticos e já ele daqueles beijos de perder o fôlego. Como disse, não tínhamos nada em comum, mas mesmo assim um se apaixonou pelo outro. Também relembrei os momentos ruins, péssimos, horríveis… como quiserem chamar. O mar de rosas do nosso ‘amor’ durou pouco. Depois que ele terminou comigo sem motivo algum e saiu da minha vida da mesma forma que entrou, inesperada. Ele me trocou por uma ‘garota melhor’ como ele disse. O tipo de mulher que todo homem adora, vadia. Chorei rios de lágrimas, e noites e noites encharquei o meu pobre travesseiro. Mas depois de um longo tempo eu consegui superar… E com um sorriso no rosto e satisfeita com a resposta que darei, respondi-lhe ao meu amigo:- Não.”